terça-feira, 1 de junho de 2010

Estou aqui olhando o cursor piscar em uma tela branca, tantas palavras vem a mente, e penso em ordená-las em frases coerentes e inteligentes, mas antes mesmo que cheguem até a ponta de meus dedos e os façam esbarrem suavemente sobre as teclas macias do teclado, elas desaparecem.
Penso no que gostaria de escrever, sobre as coisas que gostaria de falar, de que meu coração está cheio? ah! tantas e tantas coisas, solto a voz de Ben E. King, para ver se quem sabe, a inspiração venha beijar minha face morna.
há um pensamento que ronda minha mente, tento afugentá-lo, de todas as coisas que eu poderia escrever, concerteza essa seria a última. Sinto o aroma do café forte, fumegante, tento concentrar minha mente em outras coisas, poderia escrever sobre o inverno rigoroso que ruge lá fora, fazendo que as pessoas encolham-se e escondam suas faces avermelhadas dentro de grossas golas de lã.
Eu poderia escrever sobre algum filme que vi nesse fim de semana, poderia escrever sobre alguma experiência que tive, mas de repente quando tento concentrar meus olhos no monitor e começar um texto sobre qualquer futilidade desses meus dias que se arrastam, vem o pensamento, poderia se dizer que não é bem "um pensamento", mas um riso, umas lembranças bobas, um nome, sinto um medo, uma pontinha de medo abraça de leve meu coração, e ao mesmo tempo uma euforia quase insana sorri e entrelaça os dedos em volta do meu peito.
Proibi meus lábios de pronunciar qualquer letra que componham o nome, mas quase que imperceptível elas se juntam docemente em minha língua e escapam pelos lábios entreabertos, saem, suave como uma morna tarde de outono, quente como pedacinhos de raios de sol que passam pela cortina e beijam minhas pálpebras pela manhã.
Tento evitar o sorriso bobo em minha boca, mas os músculos quase involuntários se erguem em minha face e formam um sorriso quase imperceptível.
O pensamento abraça minha mente, e já não há mais espaço para fugir, vai tomando conta de cada pedacinho lúcido que ainda resta, e já não me resta outras palavras em minha mente, apenas um nome ecoando em suaves batidas, numa deliciosa onda que banha a alma.
Já nem sei se é medo ou euforia, meu coração já nem sabe mais o que dizer sobre os confusos sentimentos que o tomam, louco, é apenas o que ele diz agora, louco pensamento!

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