quarta-feira, 2 de março de 2011

Quando chega o inverno da minha vida, meu casulo me envolve. ah! quão doloroso e difícil, será rasgar o casulo, quão doloroso será abrir as asas quase que atrofiadas, quão grande o medo de voar!
acho que a parte mais doloroso desse casulo, é essa solidão, vejo por traz da seda fina, vultos, escuto-lhe as vozes, me encanto com os risos, mas aqui dentro há apenas eu, meus pensamentos, e nada mais! nada mais!
O vento me balança, as vezes de uma forma suave e deliciosa, em outras grita-me de forma brutal, aperto-me ainda mais aqui, como se dessa forma pudesse segurar-me no galho, e não permitir que meu casulo fosse levado pelo gênio impetuoso do vento!
Estão tão próximos, e tão distantes, eu quiz assim, eu fiz assim, eu sou assim! garota impetulante, de pensamentos errôneos, de idéias mal formadas, de um riso constante, de uma alma machucada!
se os olhos de todos pudessem me ver, eis a cena: estou só, o café a minha frente, uma tela em branco, pincel a mão, mas não há tinta, nenhuma gota sequer! o vento balança o casulo outra vez!
vou rasgá-lo, estou decidida, há de ter uma forma, a seda me parece tão fina, vou rasgá-lo! preciso da tinta, tenho de sair, tenho de ter a tinta, para construir em minha tela branca, uma nova história!

Nenhum comentário:

Postar um comentário